sábado, 12 de fevereiro de 2011

Mudança de paradigmas... E como ficamos nisso?

Estar avulsa na atualidade, seja por opção ou força das circunstâncias, proporciona êxtase mas também a dor do nocaute no primeiro round. O sangramento e os hematomas não se reduzem ao físico, estendem-se à alma. Principalmente de quem nasceu e viveu a maior parte do tempo no século XX.
Uns mais, outros menos, recebemos influência - desde o período medieval, diga-se de passagem - do mito de Tristão e Isolda, que ao beberem de filtro mágico, despertam para irresistível e eterna paixão. Seria aí que tudo começou... aliado à necessidade nada romântica de privatizar a propriedade e concentrar bens com o advento de famílias monogâmicas?
Para nós, meros ocidentais, esta ideia de amor é que define as relações.
Dizem os estudiosos que exigimos inconscientemente que o cônjuge (odeio esta palavra... urgh!) nos alimente com eterno êxtase. Bem, cônjuge poderia ser substituído por amante, daria no mesmo. O xis dessa questão é outro.
Inspirada por minhas e outras experiências, percebo que algo na matemática do amor romântico não contribui para resolvermos problemas, nem com respostas aproximadas, mesmo com os noves fora das operações inversas.
Na prática, na vida como ela é, a ideia do amor líquido da pós-modernidade também não tem proporcionado respostas, pelo menos para mim, apesar de racionalmente compreender este conceito e seus meandros, buscando significá-lo.
Transcendi a mesmice e a prisão da relação convencional, institucinalizada, mas não me satisfaço com a banalização dos sentimentos instantâneos, das relações baratas e prostituídas.
O mote atual é "pegar e não se apegar". Nao seria outra forma de patrulhamento?
E onde fica o jeito pessoal de cada ser lidar com sentimentos e parcerias?
É preciso muita ousadia e sensibilidade para presenciar a transição de paradigmas.
Repudio o amor (o que é mesmo o amor?) que aprisiona, se apropria e mata ao matar-se enquanto uno, inteiro, mas também o nao-amor (se é que poderia assim chamá-lo) que banalizado, banaliza, coisificando seres e sentimentos.
Enquanto isso... deixo a vida me levar.



Um comentário:

  1. Minha amiga querida...faço de suas palavras, as minhas. Que modo estranho de relacionar-se esse do século XXI, confesso que estou tão perdida qnto, nessa mudança de paradigmas. Mas como tudo tem um preço, seguimos ao sabor do vento...

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