segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Molambismo 2

Cabe dizer que tem também:
Barbarismo,
Coloquialismo,
Alcoolismo
Vagabundismo, mas quero falar do molambismo!

     Quimbundo, também kimbundu, língua africana, lá de Angola, de onde emprestamos a palavra molambo. Em quimbundo, mulambu.
     Esclarecidos os empréstimos lexicais, molambo em um dos seus significados quer dizer farrapo, roupa esfarrapada.
     Aqui no sentido MICROcoisas, recorro ao sufixo ismo para denominar um novo elemento: o MolAmBisMo.
     Molambismo, na falência da modernidade, sugere aquela  ação feita de qualquer jeito. A coisa remendada, o trabalho mal feito, a emenda colada a cuspe, aquilo feito de jeito duvidoso, contudo sem maldade, mas por falta de empenho e conhecimento... e porque é mais baratinho.
Ao  perguntar para o "tal técnico" como será feito o serviço, ele dá aquela: - Hm...veja bem...
     Saia de perto, corra, pois o sujeito é membro de carteirinha do Unidos no (e pelo) Molambismo.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Molambismo: vai um jeitinho aí, moço? 


Pois então, falei no outro blog e vou falar aqui também!
Existe o marxismo
o capitalismo
o sadomasoquismo
o hedonismo
o socialismo
o higienismo
o paisagismo
o anarquismo, dezenas de "ismos"!
E agora também pra vocês: o Molambismo, primo-irmão do Gambiarrismo.
Você sabe o que é isso?
Até o Zeca Pagodinho poderia dizer: - nunca vi, nem comi, eu só ouço falar.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Mudança de paradigmas... E como ficamos nisso?

Estar avulsa na atualidade, seja por opção ou força das circunstâncias, proporciona êxtase mas também a dor do nocaute no primeiro round. O sangramento e os hematomas não se reduzem ao físico, estendem-se à alma. Principalmente de quem nasceu e viveu a maior parte do tempo no século XX.
Uns mais, outros menos, recebemos influência - desde o período medieval, diga-se de passagem - do mito de Tristão e Isolda, que ao beberem de filtro mágico, despertam para irresistível e eterna paixão. Seria aí que tudo começou... aliado à necessidade nada romântica de privatizar a propriedade e concentrar bens com o advento de famílias monogâmicas?
Para nós, meros ocidentais, esta ideia de amor é que define as relações.
Dizem os estudiosos que exigimos inconscientemente que o cônjuge (odeio esta palavra... urgh!) nos alimente com eterno êxtase. Bem, cônjuge poderia ser substituído por amante, daria no mesmo. O xis dessa questão é outro.
Inspirada por minhas e outras experiências, percebo que algo na matemática do amor romântico não contribui para resolvermos problemas, nem com respostas aproximadas, mesmo com os noves fora das operações inversas.
Na prática, na vida como ela é, a ideia do amor líquido da pós-modernidade também não tem proporcionado respostas, pelo menos para mim, apesar de racionalmente compreender este conceito e seus meandros, buscando significá-lo.
Transcendi a mesmice e a prisão da relação convencional, institucinalizada, mas não me satisfaço com a banalização dos sentimentos instantâneos, das relações baratas e prostituídas.
O mote atual é "pegar e não se apegar". Nao seria outra forma de patrulhamento?
E onde fica o jeito pessoal de cada ser lidar com sentimentos e parcerias?
É preciso muita ousadia e sensibilidade para presenciar a transição de paradigmas.
Repudio o amor (o que é mesmo o amor?) que aprisiona, se apropria e mata ao matar-se enquanto uno, inteiro, mas também o nao-amor (se é que poderia assim chamá-lo) que banalizado, banaliza, coisificando seres e sentimentos.
Enquanto isso... deixo a vida me levar.



És um terráqueo, levanta a cabeça!

Penso no quanto a perspectiva de outros mundos torna-se possível exatamente a partir da complexidade desse nosso mundo.
Acompanhar os egípcios em revolução por direitos sociais, econômicos e políticos - que os militares sejam mesmo transição e o poder estadunidense combatido ... Amém! - enche-me de energia.
Um dos slogans gritados pelo povo que continua nas ruas resgata identidade, pertencimento orgulhoso a uma nação, conclamando a todos levantar a cabeça. Empolgo-me como brasileira, latina... terráquea. Sim, outros mundos são possíveis quando entrelaçamos nossas singularidades e criamos algo no coletivo.
Juntamente com o Egito, Argélia, Jordânia e Iêmen, bem como o povo italiano que exige nas ruas a saída de Berlusconi por mentir ao estado, envolver-se com prostituição de menores e julgar-se acima da lei; nos dão um exemplo de cidadania.
Além de erguer minha cabeça em sintonia com os egípcios, tiro meu chapéu para reverenciá-los, assim como para os demais povos que forjam outros mundos.
É na resistência que esses mundos são perspectivados.
Resistência que ganha força e poder no coletivo.
Parece-me que esta é a aprendizagem que precisamos continuar buscando.
Uma aprendizagem que esteja para além dos discursos (por si, aprisionantes à velha forma de fazer política, mesmo que com novas roupagens). Uma aprendizagem que se alimenta de atitudes ousadas e criativas, que vencem o medo e a apatia conforme são forjadas.