terça-feira, 17 de maio de 2011

Shanti

Eis que pela porta entreaberta aproxima-se o felino, à espreita até o afastamento da professora, concentrada na preparação da sala para o yoga. Envoltos - eu e o felino - pelo incenso e pelo jardim atravessando a porta que em vão buscava isolá-lo, invadimos espaço um do outro, embora naquele momento a sala fosse minha e dos que chegariam aos poucos.

Em movimentos sinuosos, como quem nada quer, o quadrúpede... falo de gatos, não dos batizados bípedes que normalmente atormentam mais do que os bichanos, inclusive escassos em alguns ecossistemas. Mas esta... é uma outra história.

Deixemos gatos - bípedes - para outra hora e voltemos ao protagonista desta narrativa. Bem, ronronando como quem nada quer, aproxima-se certeiro, maroto... o gato. Apesar do meu afeto pelos animais, não sou daquelas que se derretem ao simples contato, estabeleço algum limite territorial... Mas este gato manhoso, sinuoso, soube achegar-se... De mansinho olho no olho deslizando refestelou-se ao encostar em mim... acariciando-se mesmo que eu não movesse um músculo sequer.

Neste flash cheguei a rever meus conceitos e em função da experiência que me atravessava, entrei em sintonia com o felino e minha emoção clicou a cena que ora me habita.

Em meio a troca de afetos, senti-me especial, fora escolhida. Nesta sintonia em que não se sabe quem é bicho e quem é gente... o chamamento:

- Shanti!!!!! Não baba no tapete da Sandra!

É... Shanti (e poderia ter outro nome o gato da Morada do Yoga?) soltou alguns pelos, pode ter babado alguns mililitros... Mas quanto afeto me proporcionou!

Naquele dia o yoga me pareceu ainda mais especial... A PAZ (shanti) materializou-se mesmo antes da aula.

Namastê!!!!